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The number of turtle hatchlings in Tabuleiro do Guaporé drops from over 1.4 million in 2023 to 349,000 in 2024

The number of turtle hatchlings in Tabuleiro do Guaporé drops from over 1.4 million in 2023 to 349,000 in 2024

Publicada em: 18/12/2024

Com o apoio da Energisa, a soltura de tartarugas no Tabuleiro do Guaporé marca um avanço importante na preservação da biodiversidade da região amazônica, apesar da drástica queda nos nascimentos de tartarugas em 2024

O final do ano é tradicionalmente um momento de emoção e esperança para a fauna brasileira, especialmente para as tartarugas-da-amazônia. No entanto, 2024 trouxe uma triste realidade: o número de nascimentos de tartarugas no Tabuleiro do Guaporé, o maior berçário de quelônios do Brasil, caiu drasticamente. Em 2023, mais de 1,4 milhão de filhotes nasceram, mas este ano, devido aos efeitos de mudanças climáticas e outros fatores, o número foi reduzido para apenas 349 mil nascimentos.

Este evento faz parte do Projeto Quelônios do Guaporé, uma iniciativa que envolve a Associação Comunitária Quilombola e Ecológica do Vale do Guaporé (Ecovale), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Energisa, que apoia o projeto pelo quarto ano consecutivo. Além da soltura das tartarugas, a programação inclui atividades de conscientização ambiental para as comunidades locais.

Conservação essencial para a sobrevivência da espécie

O trabalho de conservação no Tabuleiro do Guaporé tem sido crucial para a sobrevivência das tartarugas-da-amazônia. Segundo Mateus da Cruz, técnico ambiental do Ibama, as ações de preservação ajudaram a tirar a espécie da lista de extinção, colocando-a agora na categoria de vulnerabilidade.

Apenas 1% dos filhotes que nascem conseguem alcançar a fase adulta e se reproduzir. Por isso, nosso trabalho é essencial para garantir a preservação da biodiversidade”, destacou.

Impactos climáticos e desafios de 2024

Em 2024, o número de nascimentos foi muito inferior ao de anos anteriores, refletindo os impactos dos eventos climáticos extremos que afetaram a região. De acordo com o Ibama, a seca recorde, as queimadas e a cheia dos rios provocaram um efeito cascata no ciclo reprodutivo das tartarugas, resultando em um atraso significativo na desova e na redução do número de nascimentos.

José Carratte, biólogo da Energisa que acompanha o projeto, explicou o motivo dessa redução:

A fumaça dificultou a visibilidade, e as tartarugas acabaram demorando mais do que o normal para chegar às praias para desovar, o que impactou diretamente o número de filhotes nascendo”, explicou Carratte.

Além disso, a cheia dos rios é outro fator preocupante. O aumento repentino do nível das águas pode submergir os ninhos e comprometer a sobrevivência dos filhotes.

Com a elevação rápida do nível dos rios, muitos filhotes acabam sendo afogados antes de conseguir alcançar o ambiente aquático”, completou Carratte.

Outro desafio que tem afetado a sobrevivência das tartarugas-da-amazônia é a presença de outros predadores. Como se não bastassem as condições climáticas adversas, o rio Guaporé agora abriga pirarucus, uma espécie de peixe exótica e invasora. Esses peixes gigantes se alimentam de pequenos animais, incluindo as tartaruguinhas, representando um novo risco para a população de quelônios.

Ação Conjunta para a Preservação

Apesar dos desafios, a colaboração entre Ecovale, Energisa, Ibama e as comunidades locais têm sido fundamental para minimizar os impactos e garantir que o maior número possível de filhotes tenha a chance de sobreviver. Em 15 de dezembro, uma força-tarefa formada por essas entidades conseguiu resgatar mais de 200 mil filhotes de tartarugas, que foram liberados com segurança no rio Guaporé.

Nosso trabalho é uma corrida contra o tempo. Precisamos identificar os ninhos rapidamente e resgatar os filhotes antes que a água os afogue”, afirmou Carratte.

Em 2024, os bancos de areia do rio Guaporé aumentaram devido à seca, expondo os filhotes a novos riscos e comprometendo sua sobrevivência.

Isso foi outro agravante para os filhotes que acabam de nascer. Como eles precisam levar mais tempo para cruzar o banco de areia até o rio, ficam mais expostos aos predadores, como urubus, jacarés e aves, e ao calor forte desta época do ano”, relata César Guimarães, superintendente do Ibama em Rondônia.

Parcerias para um Futuro Sustentável

A colaboração entre Ecovale, Energisa, Ibama e as comunidades locais é um exemplo de modelo de preservação ambiental. José Soares, presidente da Ecovale, destacou o papel da Energisa:

A Energisa tem sido fundamental, não só fornecendo energia solar para as bases, mas também com recursos que possibilitam a realização de atividades educativas e logísticas”, afirmou.

Esse apoio tem sido essencial para enfrentar os desafios climáticos e assegurar que o Tabuleiro do Guaporé continue sendo um local seguro para o nascimento das tartarugas-da-amazônia.

O futuro da biodiversidade amazônica

A preservação das tartarugas-da-amazônia exige esforço contínuo e colaboração. Embora a região amazônica enfrente desafios cada vez maiores devido às mudanças climáticas e à ação humana, o trabalho realizado pelas entidades envolvidas no Projeto Quelônios do Guaporé demonstra que, com união, é possível minimizar os impactos e garantir a sobrevivência das espécies locais.

O incentivo a essas iniciativas é crucial para a preservação da fauna amazônica e para o fortalecimento de uma cultura de responsabilidade ambiental. Cada tartaruga que chega ao rio é uma vitória para a biodiversidade e um passo em direção a um futuro mais sustentável.